- porque não me dizia o que se passava dentro de você? Porque não expressava o que você estava sentindo? - olhou pra mim com olhos de indignação -
- porque não sou de expressar o que eu sinto. Não mostro os meus sentimentos. Se você me conhecesse saberia disso.
- como iria te conhecer se você mesmo acabou de falar que não mostra o que sente. Não posso decifrar um enigma sem as pistas.
- o que quis dizer com isso?
- que você era meu enigma, mas sem sua ajuda não existia pistas.
- talvez tenha razão. Pena que aprendi isso da pior maneira. Achei que “escondendo” as minhas pistas estaria ajudando a preservar o que tínhamos construído. Vejo que me enganei.
- é se enganou.
E então nos olhamos por um momento.
- mas às vezes os enigmas não querem ser decifrados.
- por quê?
- por medo.
- medo?
- sim medo. Medo de no final sua descoberta ser em vão. Medo de alguma parte se perder.
- talvez elas não tivessem se perdido se mostrasse as pistas certas.
- bom talvez seja verdade. Mas agora não adianta, mostrando ou não as pistas, a parte que por um momento foi uma só agora se partiu em duas. Não estão mais juntas. Se perderam...
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